sábado, 31 de maio de 2025

Tenho vontades que nem o tempo apaga. Só você atiça.

 

Tenho vontades que nem o tempo apaga. Só você atiça.

Ela nunca foi de esquecer fácil.

Não porque guardasse mágoas — mas porque certas vontades se alojam no corpo como memória de pele.
Podia passar o tempo, os dias, as distrações...
Mas bastava uma lembrança dele, uma palavra dita no tom certo, e tudo reacendia.

— Ainda sente?

Ele perguntou como quem não esperava resposta.
Mas ela, sem hesitar:

— Algumas vontades não passam. Só esperam você voltar pra acender de novo.

E ele entendeu.
Ela não queria recomeços.
Queria continuidade.
Queria a intensidade de antes, com a liberdade de agora.
Sem máscaras.
Com suor, gemido e olho no olho.

Porque certas vontades não morrem.
Dormem.
E bastam dois toques certos — um no corpo, outro na alma — pra incendiar tudo outra vez.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Te penso com vontade, te imagino com detalhes.

 

Te penso com vontade, te imagino com detalhes.

Ela não precisava fechar os olhos pra te ver.

Bastava a lembrança do teu cheiro, do tom da tua voz, daquela pausa antes de sorrir.
Te pensava com vontade — e a vontade tinha nome, endereço e sabor.

Quando ele perguntou:

— Pensando em mim?

Ela respondeu com a calma de quem não disfarça desejo:

— Com vontade. E com cada detalhe que tua boca nunca negaria.

Na mente dela, tua mão já sabia o caminho.
O toque começava suave, mas era tua respiração que fazia tudo arder.
Ela te imaginava sem censura, sem pressa, com a ousadia de quem sabe exatamente o que quer provocar.

E no silêncio entre um pensamento e outro, ela já sentia tua presença como quem antecipa o toque:
invisível, mas inevitável.
Quente.
Cru.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Me lê como quem sabe onde tocar.

 

Me lê como quem sabe onde tocar.

Ele a observava como quem decifrava um livro escrito à mão: com tempo, cuidado… e certa fome disfarçada.

Ela notou.
E provocou.

— Tá me lendo por quê?

Ele não hesitou.

— Porque quem sabe onde tocar, começa com os olhos.

Ela sorriu, lenta.
Como quem sabia que palavras certas acendem lugares errados.

Ele virou a página sem pressa, querendo explorar cada entrelinha.
Ela era cheia de margens rabiscadas, parágrafos intensos e silêncios que gritavam.
Um texto com cheiro, gosto e pele.
Impossível de resumir.

E ali, naquela troca de olhares, o entendimento foi mútuo:
Algumas pessoas não se leem.
Se sentem.
Página por página, toque por toque.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Tem vontade minha que só tua boca acalma.

 

Tem vontade minha que só tua boca acalma.

Ela falava pouco, mas o corpo inteiro gritava. Não era fácil disfarçar a tensão quando ele chegava perto.

O cheiro, a voz, o jeito — tudo nele parecia cutucar alguma urgência adormecida.

— Por que esse olhar? — ele perguntou, notando o brilho diferente nos olhos dela.

Ela não desviou. Estava cansada de fingir que não sentia.

— Porque tem vontade minha que só tua boca acalma.

Ele sorriu. E ela continuou, num tom mais baixo:

— Não é fome, nem sede. É outra coisa. Mais funda. Mais quente.

Um desejo que nem palavra alcança.

É como se meu corpo inteiro tivesse te esperando, só pra te provar que é na tua boca que eu descanso essa vontade.

E ali, entre o silêncio e o arrepio, ele entendeu.

Não era carência. Era pura lascívia, feita de desejo acumulado, daqueles que não se explicam, só se sentem, com a pele em brasa e a respiração fora do ritmo.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Meus pensamentos te tocam mais do que minhas mãos.

 

Meus pensamentos te tocam mais do que minhas mãos.

Ele jurava que era só curiosidade. Que os toques dela, mesmo distantes, eram exagero da própria mente. Mas então percebeu: bastava pensar nela para sentir.

— Já sentiu que eu te toco mesmo sem estar por perto? — ela perguntou certa noite, a voz quase em sussurro por mensagem.

Ele hesitou. Mas respondeu com a verdade.

— O tempo todo.

Ela sorriu do outro lado da tela, como se soubesse.

— Meus pensamentos te tocam mais do que minhas mãos.

E ele entendeu. Cada mensagem, cada pausa, cada vírgula era uma carícia mental. Cada imagem que ela sugeria sem mostrar, cada palavra escolhida, era uma forma de tocar onde as mãos ainda não tinham permissão.

Ele estava rendido. Não pelo corpo. Mas pelo desejo escondido entre as entrelinhas.

Porque às vezes, é o pensamento que desarma mais do que o toque.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Te olho como quem já imaginou tudo com os olhos fechados.

 

Te olho como quem já imaginou tudo com os olhos fechados.

O olhar dele prendia. Não era de quem admirava — era de quem devorava em silêncio.

Ela notou. Sorriu, sem disfarçar a provocação.

— Por que me olha assim?
— Porque já te vi com os olhos fechados — ele respondeu, sem desviar o olhar.

Ela sentiu o corpo arrepiar.

Ele não falava da aparência. Falava do que a mente dele tinha desenhado nas noites de silêncio e desejo. Das mãos deslizando por curvas que só conhecia em imaginação. Dos sussurros que nunca ouviu, mas sabia de cor.

E o jeito que ele a olhava agora?
Era só a confirmação de tudo que já tinha vivido com ela… sem nunca ter encostado.

E ela entendeu:
Alguns olhares vêm carregados de memórias que ainda não aconteceram.

domingo, 25 de maio de 2025

Escrevo com os dedos que queria usar em você.

 

Escrevo com os dedos que queria usar em você.

— Você escreve com tanta intensidade... — ele comentou, deslizando os olhos pelas palavras que ela postava como quem decifrava segredos.

Ela sorriu ao ler. Não respondeu de imediato. Preferia provocar um pouco mais.

Minutos depois, veio a notificação com a resposta direta:

— É que escrevo com os dedos que queria usar em você.

Ele engoliu seco. Imaginou a cena. As mãos dela, firmes e suaves ao mesmo tempo, escrevendo, sim. Mas também guiando, pressionando, tocando onde o texto não alcança.

Ela continuou, como se pudesse sentir o efeito:

— Cada frase é só o ensaio. Cada vírgula, uma pausa pra respirar entre os toques que ainda não te dei.

Ele quis responder. Mas não achou palavra. Porque sabia: quando ela escrevia daquele jeito, era a pele dele que ela queria editar.

Minha boca é carinho... mas também é incêndio.

  Minha boca é carinho... mas também é incêndio. Ela tem essa delicadeza que engana. Olhos doces, risada leve… e uma boca que beija como q...