Meus pensamentos te tocam mais do que minhas mãos.
Ele jurava que era só curiosidade. Que os toques dela, mesmo distantes, eram exagero da própria mente. Mas então percebeu: bastava pensar nela para sentir.
— Já sentiu que eu te toco mesmo sem estar por perto? — ela perguntou certa noite, a voz quase em sussurro por mensagem.
Ele hesitou. Mas respondeu com a verdade.
— O tempo todo.
Ela sorriu do outro lado da tela, como se soubesse.
— Meus pensamentos te tocam mais do que minhas mãos.
E ele entendeu. Cada mensagem, cada pausa, cada vírgula era uma carícia mental. Cada imagem que ela sugeria sem mostrar, cada palavra escolhida, era uma forma de tocar onde as mãos ainda não tinham permissão.
Ele estava rendido. Não pelo corpo. Mas pelo desejo escondido entre as entrelinhas.
Porque às vezes, é o pensamento que desarma mais do que o toque.
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