Te olho como quem já imaginou tudo com os olhos fechados.
O olhar dele prendia. Não era de quem admirava — era de quem devorava em silêncio.
Ela notou. Sorriu, sem disfarçar a provocação.
— Por que me olha assim?
— Porque já te vi com os olhos fechados — ele respondeu, sem desviar o olhar.
Ela sentiu o corpo arrepiar.
Ele não falava da aparência. Falava do que a mente dele tinha desenhado nas noites de silêncio e desejo. Das mãos deslizando por curvas que só conhecia em imaginação. Dos sussurros que nunca ouviu, mas sabia de cor.
E o jeito que ele a olhava agora?
Era só a confirmação de tudo que já tinha vivido com ela… sem nunca ter encostado.
E ela entendeu:
Alguns olhares vêm carregados de memórias que ainda não aconteceram.
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