domingo, 25 de maio de 2025

Escrevo com os dedos que queria usar em você.

 

Escrevo com os dedos que queria usar em você.

— Você escreve com tanta intensidade... — ele comentou, deslizando os olhos pelas palavras que ela postava como quem decifrava segredos.

Ela sorriu ao ler. Não respondeu de imediato. Preferia provocar um pouco mais.

Minutos depois, veio a notificação com a resposta direta:

— É que escrevo com os dedos que queria usar em você.

Ele engoliu seco. Imaginou a cena. As mãos dela, firmes e suaves ao mesmo tempo, escrevendo, sim. Mas também guiando, pressionando, tocando onde o texto não alcança.

Ela continuou, como se pudesse sentir o efeito:

— Cada frase é só o ensaio. Cada vírgula, uma pausa pra respirar entre os toques que ainda não te dei.

Ele quis responder. Mas não achou palavra. Porque sabia: quando ela escrevia daquele jeito, era a pele dele que ela queria editar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Minha boca é carinho... mas também é incêndio.

  Minha boca é carinho... mas também é incêndio. Ela tem essa delicadeza que engana. Olhos doces, risada leve… e uma boca que beija como q...