Escrevo com os dedos que queria usar em você.
— Você escreve com tanta intensidade... — ele comentou, deslizando os olhos pelas palavras que ela postava como quem decifrava segredos.
Ela sorriu ao ler. Não respondeu de imediato. Preferia provocar um pouco mais.
Minutos depois, veio a notificação com a resposta direta:
— É que escrevo com os dedos que queria usar em você.
Ele engoliu seco. Imaginou a cena. As mãos dela, firmes e suaves ao mesmo tempo, escrevendo, sim. Mas também guiando, pressionando, tocando onde o texto não alcança.
Ela continuou, como se pudesse sentir o efeito:
— Cada frase é só o ensaio. Cada vírgula, uma pausa pra respirar entre os toques que ainda não te dei.
Ele quis responder. Mas não achou palavra. Porque sabia: quando ela escrevia daquele jeito, era a pele dele que ela queria editar.
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