quarta-feira, 9 de julho de 2025

Se eu encostar, tua calma vira caos.

 Se eu encostar, tua calma vira caos.

Era tensão no ar.
Ele falava baixo, evitava olhar demais.
Mas o corpo inteiro já respondia à presença dela.

— Você me provoca… — disse, entre o desconforto do autocontrole e o prazer do jogo.

Ela sorriu, a centímetros, sem pressa, sem pudor.

— Ainda nem encostei.

Ele engoliu seco.
— E se encostar?

Ela levou a mão até quase tocar o queixo dele. Parou antes. Bem antes.

— Tua calma vira caos.

Porque ela sabia provocar.
Sabia que o toque só funciona quando o desejo já foi alimentado até o limite.
E ali, entre o autocontrole dele e a intenção dela, havia um campo inteiro pronto pra incendiar.


terça-feira, 8 de julho de 2025

Tem toque meu que não se esquece nem lavando a alma.

 Tem toque meu que não se esquece nem lavando a alma.

Ele ainda lembrava.
Do cheiro dela, da curva exata do quadril, da forma como as mãos dela sabiam o caminho — como se ele fosse casa.

Mas o que mais doía era a lembrança do toque.
Aquele que vinha devagar, com a ponta dos dedos, e depois virava arrepio, falta de ar, perda de juízo.

— Você deixa marca? — ele perguntou da última vez, tentando soar leve.

Ela sorriu com um misto de desafio e certeza.

— Nem se lavar a alma, sai.

— Tudo isso?

Ela encostou a ponta dos dedos no peito dele e sussurrou:

— É que meu toque gruda… no corpo e na memória.

E ele sabia.
Sabia porque nunca conseguiu esquecer.
E, no fundo, nunca quis.


segunda-feira, 7 de julho de 2025

Tenho mais pecado nos olhos do que muito corpo nu por aí.

 Tenho mais pecado nos olhos do que muito corpo nu por aí.

Ela não precisava falar muito.
O olhar já dizia tudo.

Cada vez que ele se aproximava, sentia os olhos dela percorrerem seu corpo com a mesma intensidade de um toque. Mas era mais.
Era como se pecar começasse ali, no silêncio entre os olhares.

— Você sempre me olha assim? — ele perguntou, já suando desejo.

— Assim como?

— Como quem me despe com o olhar.

Ela chegou mais perto, os olhos ardendo sem pudor.

— Eu? Eu peco com os olhos… antes de pecar com as mãos.

Porque o corpo dela era quente. Mas o olhar?
O olhar era fogo disfarçado de convite.

E quem encarasse por tempo demais… já sabia que não escapava do resto.

domingo, 6 de julho de 2025

Tô cheia de coisas pra te dizer... mas todas envolvem tua boca ocupada.

 Tô cheia de coisas pra te dizer... mas todas envolvem tua boca ocupada.


Ela olhava pra ele como quem escreve cenas inteiras com o pensamento.

— Pensando em mim? — ele soltou, já conhecendo aquele olhar.

Ela mordeu o lábio e riu.
— Tô cheia de coisas pra te dizer…

— Então diz.

Ela chegou mais perto, quase tocando os lábios dele com os dela.

— Não dá.

— Por quê?

— Porque todas envolvem tua boca ocupada.

Ele não respondeu. Não conseguia.
O corpo já tinha entendido tudo.
Ela não falava por falar. Ela insinuava, prometia… e cumpria.

E ali, entre respiração presa e tensão pulsante, ele soube:
não era conversa.
Era pretexto.

E logo, a boca dele não estaria mais livre mesmo.

sábado, 5 de julho de 2025

Te faria perder o rumo com a boca e esquecer teu nome com a língua.

 Te faria perder o rumo com a boca e esquecer teu nome com a língua.

Não era sobre doçura.
Era sobre intensidade.
Sobre a boca que começa no beijo, mas termina em promessas que o corpo inteiro escuta.

— O que você faria comigo? — ele perguntou, desafiando, como quem queria a resposta e o ato.

Ela sorriu como quem guarda segredos entre os dentes.

— Te faria perder o rumo com a boca…

— E com a língua?

Ela chegou mais perto, o olhar mais quente que qualquer toque.

— Te faria esquecer teu nome.

Porque não era só sobre prazer.
Era sobre domínio.
Sobre deixar a marca onde ninguém mais vê — só sente.

E ela sabia:
algumas bocas não beijam.
Elas reescrevem a história do corpo.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Se tu soubesse o que eu faria com teus gemidos, não dormia em paz.

 Se tu soubesse o que eu faria com teus gemidos, não dormia em paz.

Ela sabia exatamente o que queria ouvir dele.
Não eram palavras doces.
Era o som bruto, cru, daquele momento em que o prazer escapa pela garganta e vira gemido.

— Em que você tá pensando? — ele perguntou, distraído, sem imaginar a resposta.

Ela se aproximou com o olhar certeiro e a intenção exposta.

— Nos teus gemidos.

Ele riu, mas não com leveza.
Era riso nervoso. De quem sentiu o corpo reagir.

— E o que tem eles?

Ela se aproximou mais. Encostou a respiração no pescoço dele, sem tocar com os lábios.

— Se tu soubesse o que eu faria com eles… não dormia em paz.

Porque ela não queria só ouvi-lo.
Queria provocar cada som, guardar cada ruído, fazer da voz dele uma trilha de prazer.

E, naquela noite, ele entendeu:
existem toques que se guardam.
Mas há sons… que ficam para sempre.

terça-feira, 1 de julho de 2025

Entre o toque que demora e o olhar que promete, eu te enlouqueço.

 Entre o toque que demora e o olhar que promete, eu te enlouqueço.

Era um jogo de paciência.
Ou de tortura.
Ele já não sabia mais.

Cada vez que ela o olhava com aquela mistura de promessa e controle, ele sentia o corpo se contrair.
Mas o toque… ah, o toque nunca vinha logo.
Era adiado.
Retardado como um presente que se desembrulha com os dentes.

— Você faz isso de propósito? — ele perguntou, a voz embargada.

— O quê?

— Me olhar assim… e não tocar.

Ela riu baixo, como quem carrega o segredo da loucura.

— É que eu gosto de enlouquecer devagar.

E ele já estava no ponto.
Um passo dela, um sopro, e ele se desmanchava.

Mas ela ainda não tocou.
Porque ela sabia:
o olhar, às vezes, tem mais poder que o próprio toque.

Minha boca é carinho... mas também é incêndio.

  Minha boca é carinho... mas também é incêndio. Ela tem essa delicadeza que engana. Olhos doces, risada leve… e uma boca que beija como q...