Se tu soubesse o que eu faria com teus gemidos, não dormia em paz.
Ela sabia exatamente o que queria ouvir dele.
Não eram palavras doces.
Era o som bruto, cru, daquele momento em que o prazer escapa pela garganta e vira gemido.
— Em que você tá pensando? — ele perguntou, distraído, sem imaginar a resposta.
Ela se aproximou com o olhar certeiro e a intenção exposta.
— Nos teus gemidos.
Ele riu, mas não com leveza.
Era riso nervoso. De quem sentiu o corpo reagir.
— E o que tem eles?
Ela se aproximou mais. Encostou a respiração no pescoço dele, sem tocar com os lábios.
— Se tu soubesse o que eu faria com eles… não dormia em paz.
Porque ela não queria só ouvi-lo.
Queria provocar cada som, guardar cada ruído, fazer da voz dele uma trilha de prazer.
E, naquela noite, ele entendeu:
existem toques que se guardam.
Mas há sons… que ficam para sempre.
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