Entre o toque que demora e o olhar que promete, eu te enlouqueço.
Era um jogo de paciência.
Ou de tortura.
Ele já não sabia mais.
Cada vez que ela o olhava com aquela mistura de promessa e controle, ele sentia o corpo se contrair.
Mas o toque… ah, o toque nunca vinha logo.
Era adiado.
Retardado como um presente que se desembrulha com os dentes.
— Você faz isso de propósito? — ele perguntou, a voz embargada.
— O quê?
— Me olhar assim… e não tocar.
Ela riu baixo, como quem carrega o segredo da loucura.
— É que eu gosto de enlouquecer devagar.
E ele já estava no ponto.
Um passo dela, um sopro, e ele se desmanchava.
Mas ela ainda não tocou.
Porque ela sabia:
o olhar, às vezes, tem mais poder que o próprio toque.
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