Tô cheia de coisas pra te dizer... mas todas envolvem tua boca ocupada.
Ela olhava pra ele como quem escreve cenas inteiras com o pensamento.
— Pensando em mim? — ele soltou, já conhecendo aquele olhar.
Ela mordeu o lábio e riu.
— Tô cheia de coisas pra te dizer…
— Então diz.
Ela chegou mais perto, quase tocando os lábios dele com os dela.
— Não dá.
— Por quê?
— Porque todas envolvem tua boca ocupada.
Ele não respondeu. Não conseguia.
O corpo já tinha entendido tudo.
Ela não falava por falar. Ela insinuava, prometia… e cumpria.
E ali, entre respiração presa e tensão pulsante, ele soube:
não era conversa.
Era pretexto.
E logo, a boca dele não estaria mais livre mesmo.
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