Te penso no plural, mesmo quando finjo indiferença.
Ela não dizia nada. Passava firme, como se ele não fizesse falta, como se o mundo seguisse inteiro sem sua presença.
Mas por dentro... ah, por dentro ela escrevia conversas, revivia toques, sentia o perfume imaginário que o pensamento insistia em deixar.
— Você parece tão distante às vezes...
Ela sorriu, meio triste, meio entregue:
— Te penso no plural, mesmo quando finjo indiferença.
Porque havia dele em tudo. E mesmo quando o evitava, era pra não se entregar demais.