Ele lia cada frase como quem decifra um feitiço. Sentia o arrepio antes mesmo de chegar ao ponto final.
Ela escrevia com intenção. Tocava com as entrelinhas, com verbos no imperativo e silêncios sugestivos. Mas havia mais ali. Muito mais.
— Você provoca tanto só com o que escreve…
Ela se inclinou devagar, o olhar firme, a voz quase um sussurro:
— Toco com palavras, mas sei usar as mãos também.
E naquele instante, ele desejou virar página. Não para terminar... mas pra sentir o que vinha depois.
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