Te devoro no silêncio, mas minha fome é barulhenta demais para se esconder.
O silêncio da noite não era suficiente para esconder a fome que o corpo dela carregava.
Era um desejo que não pedia licença, que não sabia esperar.
— O que você quer? — ele perguntou, sabendo a resposta, mas ansiando ouvi-la.
— Quero te ouvir gritar dentro de mim — ela sussurrou, sem pudor, sem medo do excesso.
Ele sorriu, quase cruel, como fera que fareja a presa antes do ataque.
E então a engoliu sem pausas, sem piedade.
A cada gemido abafado, o silêncio se despedaçava, até restar apenas o barulho cru de corpos colidindo, famintos, incontroláveis.
— Você é incêndio — ele disse, arfando.
— Não. Eu sou a fome que vai te consumir inteiro — ela respondeu, antes de se perder outra vez.
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