Quero teu corpo me destruindo e teus olhos me reconstruindo.
Ela o olhava como quem desafia um abismo. Sabia do perigo, mas a vertigem era tentadora demais.
— Você tem ideia do que eu quero? — a voz dela soou grave, carregada de urgência.
Ele se aproximou, roçando os lábios no ouvido dela.
— Seu corpo contra o meu?
Ela sorriu, mordendo o próprio lábio.
— Não… eu quero que você me desmonte e depois me refaça, peça por peça.
As mãos dele deslizaram pela cintura dela, apertando com força, puxando-a como quem sabe exatamente onde cada fragmento deveria estar.
O beijo veio denso, roubando o fôlego, quebrando barreiras, desfazendo certezas.
— E se eu te destruir? — ele sussurrou, com a boca ainda colada na dela.
— Então me reconstrói. Mas me reconstrói à tua imagem, com tua marca, tua pele, tua fome.
E naquele instante, ela percebeu: às vezes, ser destruída era a única forma de nascer de novo.
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