Quero ser mordida até doer bonito, até a pele gritar que também tem sede.
Ela não queria beijos leves demais.
Nem mãos que hesitavam.
Nem carícias com medo de quebrá-la.
Ela queria mais.
Sempre mais.
Queria sentir os dentes na pele, marcando, mordendo, roubando fôlego.
Queria a mistura da dor e do gozo, o arrepio que vinha no instante em que a pele gritava: “Eu também tenho sede.”
Ele hesitou no começo, como quem pisa em terreno desconhecido.
Mas ela puxou a boca dele contra o ombro nu e sussurrou com a voz embriagada:
— Morde. Até doer bonito.
E quando os dentes dele afundaram, ela gemeu fundo, como quem finalmente mata uma fome antiga.
Porque algumas mulheres não pedem pouco.
Elas querem sentir o mundo inteiro na pele.
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