domingo, 20 de julho de 2025

Meu corpo entende linguagens que tua boca ainda nem falou.

 Meu corpo entende linguagens que tua boca ainda nem falou.

Ele não disse nada.
Mas o olhar…
Ah, o olhar dele dizia coisas que nem a língua ousava pronunciar.

Ela sorriu de leve, como quem já tinha sido tocada por dentro.

— O que você escuta quando eu te olho? — ele perguntou, voz baixa, olhos grudados nos dela.

— Nem precisa falar — ela respondeu, com a calma de quem já arde.

— Por quê?

Ela se aproximou, passando os dedos devagar sobre o peito dele, como quem decifra intenções no silêncio.

— Porque meu corpo entende linguagens que tua boca ainda nem falou.

E ele soube.
Ela já estava entregue.
Não por palavras, mas por códigos escritos na pele, sussurrados entre os poros.

Ela era corpo que ouve.
E ele… era voz que provoca sem som.


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