Te olho como quem já te escolheu com todos os sentidos.
O olhar dela não era distraído.
Tinha fome.
Fome de presença, de pele, de entrega.
Ele sentiu.
Porque havia algo no jeito como ela o fitava que queimava devagar, feito promessa.
— Por que esse olhar? — ele perguntou, tentando soar casual, mas já envolvido.
Ela se aproximou sem pressa, com aquele jeito de quem diz tudo sem precisar de voz.
— Porque já te escolhi…
— Escolheu o quê?
Ela sorriu, os olhos cravados nos dele.
— Tudo. Teu cheiro, tua pele, tua boca.
Ele engoliu em seco, como quem percebe tarde demais que já foi seduzido — sem um único toque, sem nenhuma pressa.
Ela o havia escolhido com o corpo, com a memória, com a intenção.
E agora, ele sabia:
era só questão de tempo até o resto acontecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário