terça-feira, 24 de junho de 2025

Eles compartilhavam o mesmo desejo…

 


Eles compartilhavam o mesmo desejo…


Aquele que faz o peito queimar antes do primeiro toque, que faz a pele estremecer ao mero roçar de um dedo.

Eles compartilhavam o silêncio que diz tudo, o espaço compartilhado, a respiração pesada, o coração tentando encontrar o compasso junto ao do outro.


Não era preciso dizer nada.

Eles já estavam sintonizados, como dois mundos que, depois de tanto se buscarem, enfim se colidem.

Eles compartilhavam o próprio instinto, o chamado da pele, o desejo de se perder nas mãos um do outro, de provar cada centímetro daquela geografia de prazer.


Eles compartilhavam o que não se consegue forjar.

A urgência genuína de se fundir, de se dar, de receber.

Eles compartilhavam o próprio fogo.

E ele só se revela pelo corpo, pelo modo como ele se aproxima, como ele respira junto, como ele responde ao próprio coração.


Eles compartilhavam o desejo de serem um…

De desaparecer nas mãos, na pele, no peito um do outro.

Eles compartilhavam o que ninguém consegue dizer, porque o que arde na pele não precisa de palavras. Apenas de presença.

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