sexta-feira, 27 de junho de 2025

Quando tua boca atrasar, minha vontade já vai estar nua.

 Quando tua boca atrasar, minha vontade já vai estar nua.

Ela gostava do jogo.
Dos olhares longos.
Das palavras que criavam tensão.
Mas havia dias em que a vontade vinha crua. Sem paciência.
Dias em que bastava um passo, um gesto mais demorado… e o corpo já se despia por dentro.

— Vai devagar… — ele pediu, tentando manter o controle.

Ela se aproximou, a respiração quente no pescoço dele.

— Tua boca pode ir lenta… — sussurrou.

— E tua vontade?

Ela riu de leve, encostando os lábios bem perto do lóbulo da orelha dele.

— Já vai estar nua. Esperando. Impaciente.

A cada palavra, o tempo apertava.
E quando enfim se tocaram, perceberam que já estavam despidos muito antes do primeiro beijo.


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