Te quero tão perto que até o silêncio vire gemido.
Existem desejos que fazem barulho mesmo quando o corpo está quieto.
Ela não gritava. Não pedia. Não suplicava.
Mas tudo nela chamava — no olhar, no gesto, no respirar mais lento.
Ele se aproximou, sem saber o que dizer.
A tensão entre eles era um fio esticado, prestes a arrebentar.
— O que você quer de mim? — ele perguntou, a voz baixa, como quem já sabia a resposta.
Ela não recuou. Pelo contrário.
Deu um passo à frente, encostou o nariz no dele, sem pressa.
— Que teu silêncio encoste no meu.
— Só isso?
Ela sorriu com malícia.
— Até ele virar gemido.
E naquele instante, qualquer palavra virou excesso.
Tudo o que restava era respiração e toque.
Desejo em volume baixo… até explodir.
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