Nem tudo que escrevo é fantasia... algumas coisas são memórias.
Ele leu mais uma vez o texto dela. As entrelinhas pareciam pulsar, carregadas de algo que ia além da imaginação. Queria perguntar se aquilo tudo era só parte da ficção, mas no fundo, já sabia a resposta.
— Isso tudo é invenção tua? — arriscou, com um sorriso que misturava curiosidade e desejo.
Ela sorriu de volta, sem pressa, sem culpa.
— Nem tudo que escrevo é fantasia... — disse com a voz baixa. — Algumas coisas são memórias.
Memórias que ainda ardiam sob a pele. Que voltavam como lampejos nos momentos mais silenciosos. Ele percebeu, naquele instante, que cada linha carregava mais do que palavras: tinha corpo, tinha cheiro, tinha toque.
Ela não escrevia apenas para inventar. Ela escrevia para reviver. E agora, ele se perguntava... qual parte da história era ele?
Nenhum comentário:
Postar um comentário