Não falo tudo o que penso, mas insinuo o que desejo.
— Você é cheia de mistério... — ele comentou, meio rindo, meio tentando entender onde exatamente estava se metendo.
Ela ergueu uma sobrancelha, brincando com o dedo na borda da taça.
— Não falo tudo o que penso, mas insinuo o que desejo.
Foi direto assim, como um toque que não se sente na pele, mas que arrepia do mesmo jeito. Ele ficou em silêncio por um segundo a mais do que o normal — o tempo suficiente pra ela perceber o impacto.
Ela não dizia. Insinuava. E nessa dança de meias palavras e silêncios intencionais, ela o conduzia sem pressa. Cada gesto era calculado, cada sorriso tinha uma história por trás, e cada frase deixava a sensação de que algo estava prestes a acontecer... mas só se ele soubesse ler direito.
Porque o desejo dela não vinha com manual. Vinha com entrelinhas.
E ele, sem saber, já estava viciado em decifrar.
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