Gosto do perigo leve, daquele que começa com um olhar.
— Você gosta de perigo? — ele perguntou, meio brincando, meio querendo saber até onde ela iria.
Ela não respondeu de imediato. Deixou o silêncio trabalhar por alguns segundos, sustentando o olhar que já dizia o bastante.
Depois, com um sorriso enviesado, confessou:
— Gosto do perigo leve, daquele que começa com um olhar.
Aquele tipo de risco que não grita, mas deixa o corpo em alerta. O que entra devagar, desperta curiosidade, aquece a pele antes mesmo do toque. Um olhar firme, cheio de intenções escondidas, pode ser mais incendiário do que qualquer ato.
Ela não precisava de promessas ousadas ou palavras explícitas. Bastava o jogo sutil — o jeito como os olhos se encontram, desviam e voltam. Bastava perceber que ele entendeu a linguagem silenciosa do desejo.
Porque o perigo que ela mais gostava era o que a fazia arder sem se mover. O que acendia, primeiro, por dentro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário