Ela sempre teve paixão por palavras. Escrevia para entender o que sentia, para provocar, para seduzir à distância. Mas havia momentos — e havia pessoas — que iam além da linguagem.
Com ele, era assim.
Ele a provocava com frases entrecortadas, pontuações mal intencionadas, emojis com segundas intenções. Sabia brincar com o texto. Mas ela sabia ir além.
— Vai me escrever hoje? — ele perguntou, já esperando um parágrafo cheio de malícia.
Mas ela sorriu diferente, quase silenciosa.
— Tem desejo que não se escreve… se sente — respondeu.
Porque havia toques que nenhuma letra conseguia traduzir. Arrepios que não cabiam em versos. Olhares que diziam mais que páginas inteiras.
Com ele, ela queria menos palavras e mais pele.
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