Ela nunca foi do tipo que rodeia o que sente. Se gostava, deixava transparecer no olhar, no jeito de mexer o cabelo, no silêncio que provocava mais que qualquer palavra.
Ele tentou brincar, jogando uma frase ambígua, dessas que deixam margem pra mil interpretações.
— Gosta de indiretas? — perguntou, com um sorriso quase inocente.
Ela sorriu de volta, mas o olhar entregava tudo.
— Não sou boa com indiretas… — respondeu, encurtando a distância entre os dois — prefiro sussurrar bem pertinho.
E naquele instante, o mundo se resumiu a isso: a proximidade, o calor da respiração, a tensão no ar. Porque quando o desejo é claro, ele não se esconde em metáforas. Ele chega perto. Bem perto.
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