Ele achava que a entendia. A forma como ela olhava, os gestos sutis, o jeito de morder os lábios quando queria provocar — tudo parecia um livro aberto. Mas ela não era simples. E muito menos previsível.
— O que você quer de mim? — ele perguntou, meio brincando, meio rendido.
Ela sorriu com aquele ar de enigma que atiçava mais que qualquer resposta direta.
— Te desafio a me decifrar… sem usar as mãos.
Porque ela queria ser sentida nos detalhes, no tom da voz, na cadência do olhar. Queria ser lida como se lê um poema intenso: devagar, com atenção, e uma pitada de desejo.
Ele engoliu seco. Sabia que, a partir dali, o toque seria o último recurso. O primeiro passo era entender o que cada silêncio dela gritava.
E isso, ele descobriu, era o tipo de desafio que vicia.
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