Ele a observava há algum tempo, tentando decifrá-la. Ela não era como as outras—não se entregava fácil, não oferecia certezas. Era um enigma vestido de desejo, uma promessa que podia ou não se cumprir.
— Você sempre some assim? — ele perguntou, encostado no balcão, os olhos presos nela.
Ela sorriu, tomando um gole do drink devagar, sem pressa de responder.
— Eu não sumo... — inclinou-se levemente, deixando a voz deslizar como um segredo. — Só não apareço para qualquer um.
Ele franziu o cenho, intrigado.
— Então como alguém te encontra?
Ela girou a taça entre os dedos, os lábios curvados num sorriso cheio de mistério.
— Me descobrem. Ou desistem tentando.
Havia um desafio naquelas palavras. Um convite sem data, um caminho sem mapa. Ele soube naquele instante que não ia embora sem tentar.
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