Ele tentava se convencer de que era melhor recuar. Que pensar era mais seguro. Que o certo era manter a distância, respeitar os limites invisíveis que ainda os separavam.
Mas ela… ela não facilitava.
Chegava com o perfume sutil e o olhar carregado de intenção. Falava devagar, como quem não tem pressa de seduzir porque já sabe que vai vencer. Ela não fazia promessas — fazia provocações.
— Isso não faz sentido… — ele murmurou, tentando se agarrar a qualquer lógica que o mantivesse firme.
Ela riu, com aquele brilho nos olhos que já era uma resposta.
— A razão explica, o desejo arrepia. E me diz… o que você prefere sentir na pele?
Ele engoliu seco. Podia ouvi-la sem tocá-la, mas era como se os sussurros dela já dançassem pela sua nuca. Cada palavra trazia um arrepio que descia lento pela espinha.
Ela se aproximou. A respiração quase tocando. Os lábios quase roçando. A dúvida quase sumindo.
— Entre o desejo e a razão — disse ela, com voz baixa e quente — eu escolho o arrepio. E você?
Ele não respondeu. Só fechou os olhos. E deixou que o corpo decidisse por ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário