sexta-feira, 4 de abril de 2025

Não sou difícil, só gosto de quem sabe jogar.

Ele estava acostumado com jogos previsíveis. Seduções óbvias, onde cada movimento era calculado para encurtar o caminho até a vitória. Mas com ela, não. Com ela, o jogo era outro.

— Você é difícil... — ele disse, entre um sorriso e um suspiro.

Ela girou a taça entre os dedos, olhando para ele sem pressa, como quem decide se a partida vale a pena.

— Difícil? — repetiu, deixando a palavra pairar no ar. Depois, inclinou-se levemente, o bastante para provocar sem entregar. — Não... Eu só gosto de quem sabe jogar.

Ele arqueou a sobrancelha, interessado.

— E qual é a regra?

Ela mordeu o lábio, fingindo pensar, antes de sussurrar:

— Não ter pressa para ganhar... e saber aproveitar cada rodada.

O olhar dele deslizou até a boca dela, e naquele instante, ele soube: o jogo já tinha começado—e ela estava no controle.

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