Nem todo arrepio vem do toque. Às vezes, ele nasce da presença. Do jeito que alguém invade o espaço com silêncio e intenção.
Era assim com ele. Bastava chegar. Não precisava dizer nada, nem encostar. A pele dela sabia antes de tudo. Sentia o aviso no ar, no calor que se aproximava devagar, como quem conhece os caminhos do desejo sem precisar de mapa.
Ele se aproximava e o corpo dela reagia como se reconhecesse algo antigo, familiar… e perigosamente tentador.
— Não falei nada — ele disse, achando que o silêncio era recuo.
— E nem precisava — ela respondeu, com um sorriso que falava por inteiro. — A pele entende o recado antes da palavra.
Porque o corpo tem memória, tem instinto. E o desejo, quando é verdadeiro, não pede licença — só chega.
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