Tem silêncios que gritam. Olhares que tocam mais fundo do que qualquer carícia ousaria. Ela sabia usar os olhos como se fossem mãos — firmes, sensíveis, íntimos.
Ele falava demais, talvez por medo de sentir. Mas bastava aquele olhar dela, demorado, cheio de intenções não ditas, pra desarmar qualquer argumento.
— Vai ficar me olhando assim por quê? — ele perguntou, tentando controlar o arrepio que veio sem convite.
Ela sorriu devagar, sem pressa de responder. Porque não precisava.
Entre eles, o que mais dizia… era o que não era dito.
E naquele instante, ele entendeu: algumas respostas não são feitas pra serem ouvidas. São pra ser sentidas na pele, na alma, no desejo que pulsa silencioso entre um olhar e outro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário