Tem parte minha que só se acende no toque certo e você acerta sem encostar.
Ela não sabia explicar.
Mas existia um ponto nela — secreto, quase sagrado — que só acendia com o olhar dele.
Nem precisava do toque.
Era como se o corpo soubesse que ele era o risco certo.
— O que você sente quando me vê? — ele perguntou, com aquela voz que já vinha carregada.
Ela respirou fundo, tentando conter o incêndio interno.
— Uma parte minha acende.
— Qual parte?
Ela não respondeu de imediato. Apenas olhou.
Intensa. Queimando.
Depois sorriu de leve, com os olhos baixos, e disse:
— Aquela que você toca… sem nem encostar.
Porque havia toques que vinham das mãos.
Mas o dele vinha da presença.
Do jeito que ele existia ao redor dela.
E ela…
Ela já estava em chamas.
Sem nunca ter sido tocada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário