Tua voz tem o tom exato do meu arrepio.
Existem toques que não precisam de pele.
A voz dele era um desses.
Vinha baixa, densa, como um sussurro que atravessa a espinha e acorda todos os sentidos. Ela escutava e sentia — o som ganhava corpo, descia pelo pescoço, encontrava o espaço entre os seios e pulsava bem ali, onde o desejo começava a tomar forma.
— Você sente isso quando falo? — ele perguntou, rindo.
Ela não respondeu de imediato. Esperou que ele dissesse mais alguma coisa. Qualquer coisa.
Quando ele falou outra vez, ela fechou os olhos. E sentiu.
Como um arrepio que conhecia o caminho.
— Depende do tom — ela disse por fim, abrindo os olhos devagar. — E o teu… arrepia até minha alma.
Ele não sabia, mas naquela noite ela não precisava de toque.
Só da voz dele. Em tom de pecado.
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