Te beijo nos pensamentos… mas minha boca já decorou teu nome.
— Você pensa em mim? — ele perguntou, como quem já sabia a resposta.
Ela não precisou fingir surpresa.
Poderia dizer que não, que era só distração.
Mas não era.
Ela pensava. Muito.
Pensava nas mensagens.
Nas palavras trocadas com cheiro de provocação.
Nos silêncios que diziam mais do que qualquer frase.
E, nos pensamentos mais distraídos, ela o beijava.
Beijos que nasciam entre páginas lidas, cafés mornos e suspiros soltos no travesseiro.
Beijos que só existiam ali — intensos, quentes, silenciosos.
— Penso tanto… que minha boca quase diz teu nome sem querer.
Porque era mais forte que ela.
O nome dele se instalava no paladar feito desejo.
E cada sílaba lembrava toque, lembrava pele, lembrava o gosto que ainda não tinha, mas que já sentia.
Pensamento é território perigoso.
E ela já havia cruzado a linha.
Agora, só faltava ele atravessar também.
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