Se ler com atenção, talvez me sinta aí.
Ele lia cada frase como se procurasse algo escondido. E havia. Sempre havia.
Entre as metáforas, os sussurros, as pausas bem colocadas... Ela estava ali. Inteira. Disfarçada de vírgula, vestida de entrelinha.
— É só um texto ou tem mais escondido nele?
Ela respondeu sem pressa, como quem entrega e esconde ao mesmo tempo:
— Se ler com atenção, talvez me sinta aí.
E ele leu. Com os olhos, com a pele, com o desejo.
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