Meus textos são beijos disfarçados de palavras.
— Você escreve sempre assim? — ele perguntou, com os olhos ainda fixos na última frase que ela havia postado.
Ela sorriu, com aquela familiar pontinha de malícia nos lábios.
— Meus textos são beijos disfarçados de palavras.
E era verdade.
Cada linha que ela criava carregava uma intenção sutil — uma carícia entre as letras, um toque leve entre as entrelinhas. As palavras escorriam como se tivessem sabor, como se ao ler, ele pudesse sentir a pele arrepiar. Porque ela não escrevia apenas para ser lida. Escrevia para provocar sensações.
Um beijo pode ser macio, pode ser urgente, pode ser promessa ou despedida. Ela sabia disso. E usava os textos da mesma forma. Alguns vinham suaves, como selinhos no pescoço. Outros, mais intensos, beirando a mordida. Mas todos deixavam rastro.
Ele não sabia se queria ler mais... ou beijar logo o ponto final.
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