Tinha algo no jeito como ele a olhava, como se entendesse cada entrelinha, cada pausa disfarçada de distração. Como se soubesse que, mesmo em silêncio, ela dizia tudo.
— Você não fala tudo… mas eu entendo — ele disse, com aquela certeza morna que arrepia.
Ela sorriu, sem pressa.
— Se decifra meus silêncios, imagina meus sussurros.
Porque ela sabia que o prazer também mora no mistério. No que é dito com os olhos, no que vibra no tom da respiração, no quase-toque.
E quando o desejo é inteligente, os sussurros não são sons. São promessas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário