Tudo começou com um “Oi” despretensioso. Daqueles que a gente solta no fim do dia, sem esperar muito.
Mas ela nunca foi só mais uma conversa.
Cada resposta vinha com um ritmo próprio, uma pausa onde devia arrepiar, um ponto final que soava como um convite. Ele foi percebendo que, aos poucos, o tom mudava. Sem forçar. Sem pressa.
— A gente nem começou a conversar direito... — ele escreveu, fingindo não sentir o que sentia.
Ela respondeu com aquele sorriso escondido nas palavras.
— E ainda assim, olha o efeito…
E foi aí que ele entendeu: ela era do tipo que começava falando sobre café e terminava fazendo ele sonhar com a curva do pescoço dela. Do tipo que disfarça o desejo em parágrafos leves, mas carrega intenções nas entrelinhas.
— Gosto de conversas que começam inocentes — ela disse. — E terminam assim… com você sem saber se desvia ou se mergulha.
Ele não desviou.
Mergulhou. E sentiu o arrepio bem-vindo do inesperado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário