Te imagino me tocando com a ponta dos olhos.
Não era preciso toque.
Bastava o olhar dele passeando pelo corpo dela como quem deslizava os dedos devagar por cada curva.
Ela sentia o arrepio chegar antes mesmo de ele se aproximar.
— Você nem encostou… — disse, num sussurro entre o riso e a provocação.
— Mas você sentiu, não sentiu?
Era isso. Ela sempre sentia.
Os olhos dele tinham o dom de despi-la em silêncio, de acariciar com intenção, de fazer o corpo dela se lembrar de como era ser desejado só com um olhar mais demorado.
Teve vontade de devolver. De fazer o mesmo.
Mas preferiu deixar ele pensar que tinha o controle.
Por ora.
Porque, mais tarde, ela o faria sentir na pele o que era ser tocado… com palavras, gestos, e sim, com a ponta dos olhos também.
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