sábado, 7 de junho de 2025

Te imagino me tocando com a ponta dos olhos.

 Te imagino me tocando com a ponta dos olhos.

Não era preciso toque.
Bastava o olhar dele passeando pelo corpo dela como quem deslizava os dedos devagar por cada curva.

Ela sentia o arrepio chegar antes mesmo de ele se aproximar.

— Você nem encostou… — disse, num sussurro entre o riso e a provocação.

— Mas você sentiu, não sentiu?

Era isso. Ela sempre sentia.

Os olhos dele tinham o dom de despi-la em silêncio, de acariciar com intenção, de fazer o corpo dela se lembrar de como era ser desejado só com um olhar mais demorado.

Teve vontade de devolver. De fazer o mesmo.

Mas preferiu deixar ele pensar que tinha o controle.
Por ora.

Porque, mais tarde, ela o faria sentir na pele o que era ser tocado… com palavras, gestos, e sim, com a ponta dos olhos também.

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